segunda-feira, 20 de abril de 2015

Dicas de Brasília 4: turismo cívico

Brasília é uma cidade monumento, e como tal, não poderia deixar te ter um grande nicho de mercado voltado para o turismo cívico. O brasil pocket option é um portal que reúne informações sobre todo o turismo cívico do DF e vale a pena ser consultado por quem quer conhecer melhor monumentos como o Palácio da Alvorada, do Planalto, Itamaraty, etc.

Palácio da Alvorada - Há algum tempo fui com crianças e amigas visitar o Palácio da Alvorada, só aberto para visitação às quartas-feiras, mas que durante o período de férias costuma ampliar a visita para todos os dias da semana. É uma maravilha conhecer um palácio moderno, com meio ambiente lindo e pocketoption.br.com nosso país.



Congresso Nacional - Eu trabalho na Câmara e não me canso de admirar a beleza das linhas que Niemeyer criou para o prédio do Congresso Nacional.
Minha colega Deborah, que coordena a visitação no Congresso, é uma entusiasta das visitas guiadas no nosso palácio. Inclusive, as visitas guiadas ao Congresso receberam recentemente a avaliação máxima do Guia Michelin, o que confirma a qualidade do serviço. Leia, a seguir, o que a Deborah tem a dizer https://www.pocketoption.br.com/:


"Ao fazer concurso público para o Legislativo e ingressar na Câmara dos Deputados, eu, brasiliense de coração desde 1962, pouco conhecia o prédio do Congresso Nacional. Meu primeiro posto em 1998 e, o atual, foi exatamente a Visitação do nosso prédio. Acompanhava as pessoas diariamente e em dois finais de semana nas nossas dependências. Fui me tomando de amor e orgulho por essa instituição que tanto pode fazer pelo povo brasileiro. Vivi sob a ditadura por muitos anos e considero um valor a liberdade que temos e é essa Casa que garante. As instituições devem ser preservadas e as pessoas que por aqui transitam sabem-se,  passageiras. Luta-se pelo reconhecimento e fortalecimento que vêm da compreensão de sua missão. Ícone de Brasília e da democracia, palco das manifestações e anseios de toda a sociedade. Gosto disso, de fazer parte da aproximação com a população e o reconhecimento do Guia Michellin, do esforço em bem atender e ser um destino interessante é gratificante." (Deborah Achcar)

Quer mais informações sobre a visita ao Congresso Nacional? Clique aqui.

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sexta-feira, 17 de abril de 2015

Dicas de Brasília 3: Igrejinha

Minha amiga Daniela Sousa me presenteou com a dica de um lugar bastante significativo em Brasília. A Igreja Nossa Senhora de Fátima, na 307/308 sul, mais conhecida como Igrejinha e ponto final. Ela foi o primeiro templo em alvenaria construído em Brasília, inaugurado antes mesmo da inaguração da capital, em 28 de junho de 1958. O projeto de Oscar Niemeyer faz referência a um chapéu de freiras. Vale a pena conhecer, admirar, meditar e aproveitar para passear pela 308 sul, quadra modelo de nossa cidade, que fica ao lado da Igrejinha.
Vejam o que disse a Daniela:

IMG-20150415-WA0004Um lugar especial e repleto de significados é a Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, na 307/308 Sul. Um banquinho debaixo de uma árvore logo ali ao lado da entrada nos convida à contemplação dos famosos azulejos de Athos Bulcão. Ah! Pássaros voadores no imenso céu azul com traços de Oscar Niemeyer… Lá estão eles, a nos brindar com sua beleza geometricamente emocionante. A fotografia, nessa toada complexa de simplicidade e exuberância, é sinônimo de poesia. Irresistivelmente afetivas são as obras poéticas que colorem esse lugar especial. Olhando de frente, olhando de lado, olhando por dentro, olhando por fora. A Igrejinha é assim, um espaço de fé, de arte e de contemplação. É um horizonte de possibilidades.

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Fotos: Daniela Sousa

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segunda-feira, 13 de abril de 2015

Dicas de Brasília 2: o mar do cerrado

Quem disse que Brasília não tem praia? Nós temos o Lago Paranoá, que, dentro das suas possibilidades e limitações, substitui o mar no cerrado. Quer ver por que?
Mesmo sem mar, o DF é a quarta unidade da federação com o maior número de barcos no Brasil. Pode conferir. Em qualquer fim de semana ensolarado, o Lago Paranoá se enche de veleiros, lanchas, jet skis, caiaques, SUP e afins. Todos querendo aproveitar o contato com a água. Eu mesma tive veleiro antes dos meus filhos nascerem e era uma delícia preparar a vela no início da manhã e passar o dia sem nenhuma obrigação a não ser admirar a natureza e se deliciar com o vento no rosto. Mas mesmo que você não tenha nenhum desses equipamentos, dá para aproveitar muito o Lago. Para você curtir esse lago que é de todos, você precisa conhecer alguns lugares. Confira no mapa abaixo a localização pelo número.
mapa brasilia - lago paranoá
1 - Pontão do Lago Sul – um espaço com estacionamento gratuito, muitos restaurantes e calçadão em frente ao lago. Já virou tradição o por-do-sol no Pontão, e as noivas que escolhem esse lugar lindo para eternizarem suas fotos. Nas manhãs de sábado, sempre tem uma competição: seja de travessia de natação no lago, seja de corrida, com largada e chegada ali. Tem parquinho para crianças e, quase todos os fins de semana, feirinhas concorridíssimas. Olha aí abaixo eu supergrávida do meu primeiro filho, Arthur, em 2004.
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2 - Bem em frente ao pontão, do outro lado da pista, fica a Praia do Cerrado. O caminho é de terra, o estacionamento é improvisado, mas é um lugar delicioso para um piquenique ou para esportes lacustres. Tem uma praia mesmo de areia, em frente à Ponte Costa e Silva. Tem aluguel de caiaques, pranchas de SUP, o que faz da praia do cerrado verdadeiramente uma praia. Veja abaixo as fotos da Praia do Cerrado.
corrida praia do cerradocorrida praia do cerrado
3 - Península dos Ministros – você certamente já ouviu falar do endereço onde moram as figuras mais importantes da política brasileira. Mas a península dos ministros é muito mais do que um monte de casas cinematográficas de gente importante. Ali, no finalzinho da península, que fica na QL 12 do Lago Sul, tem um parque à beira lago, que ficou um tempo fechado mas foi obrigado judicialmente a reabrir (sim, em Brasília tem gente que acha que é dona do Lago). Ali, você encontra o melhor espaço do DF para treinar kite surf, tem muita gente treinando natação e correr pelas margens do lago ali é uma delícia. As pessoas também aproveitam para trazer cachorros e deixarem os animais se divertirem brincando dentro dágua.
4 - Do outro lado da cidade, fica o calçadão do Lago Norte. Também dá para alugar caiaque e SUP de frente à ponte do Braghetto, que dá acesso ao Lago Norte. O fim de tarde por ali é uma delícia... Olha aí abaixo que lindo!
calçadão lago norte (7)
5 - Ermida Dom Bosco – esse já é um lugar um pouco distante do centro, mas por isso mesmo é um lugar especial. Lá no fim do Lago Sul fica a Ermida Dom Bosco, onde tem uma capelinha para lembrar o sonho de Dom Bosco, que teve uma visão profética de Brasília em sonhos, situando nossa cidade até mesmo no local exato (paralelos) onde seria edificada, às margens de um lago. Nada mais justo do que dar a Dom Bosco um memorial em frente ao lago com uma visão maravilhosa de nossa cidade. Ali de vez em quando acontecem feiras gastronômicas bem legais, dá para nadar na prainha, dá para correr no parque da Ermida (com subidas super íngremes), dá para curtir um crepúsculo espetacular. Só não dá para perder... um pôr-do-sol desses…
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Mais dicas de Brasília?
- Conheça o Parque Olhos d’Água clicando aqui.
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segunda-feira, 23 de março de 2015

Dicas de Brasília 1: Olhos d’Água é um oásis no coração de Brasília

Estou preparando para vocês um super post sobre Brasília, para comemorar os 55 anos da cidade, em 21 de abril. Mas de palhinha, vou falar um pouco sobre o Parque Olhos d’Água, uma verdadeira pérola no meio da cidade.

Longe do centro da cidade, bem ali no final da Asa Norte, fica uma pérola de nossa capital federal: o Parque Olhos d'Água. É uma área verde superbem preservada, com nascentes, laguinho com tartarugas e patos, pista de caminhada de 2 km e trilhas no meio da mata. Eu já curtia o parque antes mesmo de ele ser oficialmente inaugurado, em 2001. Mas com a inauguração de pistas e toda a estrutura, ele virou ponto de encontro para a galera do fim da Asa Norte e do Lago Norte.

As crianças se divertem descendo com um pedaço de papelão um morrinho de grama. A gente pode também fazer um piquenique gostoso no gramado. Tem um parque ecológico, com brincadeiras gostosas para a criançada.
OLHOS DAGUA (7)olhos dáguaparque olhos dágua (7)
Se você vai correr no parque, prepare-se para vencer duas subidas “de responsa”! Caminhe ou corra sem os fones de ouvido, para ouvir a exuberância de sons da natureza… Os malhadores têm circuito de malhação, a terceira idade tem seu espaço numa praça cheia de equipamentos de ginástica. É verdadeiramente um parque democrático!

A TV Globo, em seu especial sobre os 55 anos de Brasília, fez uma matéria especial comigo falando sobre o Parque Olhos d'Água. Divirtam-se assistindo e curtam essa natureza exuberante. Clique aqui para ver a matéria

Dica: não abre à noite, não permite bikes nem animais de estimação.

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Dicas de Brasília 2: o mar do cerrado
- Igrejinha

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Como é se hospedar em hotéis nos aeroportos?

No dia em que saí de Londres, no ano passado, o voo partia de Heathrow às 8h20 da manhã, o que significava que eu teria que sair do hotel ainda de madrugada, perigando pegar metrô fechado e tendo que desembolsar uma grana preta para pegar o táxi.

Decidi dormir no próprio aeroporto. E foi uma decisão superbem tomada. Aproveitamos Londres até de noitinha (tínhamos deixado as malas guardadas no hotel anterior). O hotel em Heathrow é o Hilton, que fica bem pertinho do terminal 4, andando por uma passarela fechada por cerca de 5 minutos. A diária em agosto de 2014 foi de 100 libras, mais barato até do que eu estava pagando na cidade. E mesmo que fosse mais caro, compensava o preço do táxi que eu teria que pagar.

Essa não foi a primeira vez que me hospedei em hotéis em aeroportos. Quando fomos para o México, numa conexão em que teríamos que ficar da noitinha de um dia até a manhã de outro no aeroporto (com 2 crianças), escolhemos dormir no Hilton do aeroporto. No caso, o hotel fica em frente, mas não dá pra ir andando para o terminal internacional, a van saía de 10 em 10 minutos e o trajeto durava uns 5 minutos no máximo. Mão na roda total!

Nesses dois casos, os hotéis eram maravilhosos, com restaurante.

Em Guarulhos, já me hospedei no FastSleep, que fica dentro do terminal. Mas nesse caso, não são quartos propriamente ditos, mas “cabines”, ou “celas”, com beliche em que não cabem mais do que duas pessoas sem mala. É bem apertado mesmo e o banheiro é fora. Mas quando temos uma conexão longa, é muito melhor do que dormir no banco duro do aeroporto.


Agora tomei a decisão. Se for para chegar muito cedo ao aeroporto, vou sempre preferir dormir a última noite num hotel perto do aeroporto. Para não ter que passar pelo estresse de arrumar transporte até o aeroporto no meio da madrugada. 

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O verão na Patagônia

Quando se fala em Patagônia, o que as pessoas logo pensam é montanhas nevadas, muito casaco, luvas e cachecol… Mas os argentinos e chilenos sabem bem que não é só de frio que vive a Patagônia. Eu descobri da melhor forma as delícias do verão patagônico.
Essa foi a oitava vez em que estive naquela região. Passamos 7 dias em Villa la Angostura (meu lugar preferido na Terra), 3 dias em San Martin de Los Andes e 3 em Bariloche.
O verão por lá É TUDO DE BOM. Os jovens argentinos e chilenos colocam as mochilas nas costas, carregam suas bikes com alforjes e saem pipocando de praia em praia, acampando e pedindo carona. Um clima bem legal e despojado. Nunca vi campings tão cheios na vida.
As praias da Patagônia são de lago, com águas de degelo. As águas são geladas sempre, mesmo enquanto faz calor na areia, ou melhor, nas pedrinhas, quase todas vindas do vulcão Puyehue que entrou em erupção em 2011 (eu tava lá, leia aqui). Eu não consigo mergulhar, mas os meninos se divertem. Na maioria das praias, a paisagem é estonteante, mas não há comidas para comprar. O legal é levar seu isoporzinho, sempre levávamos empanadas, chocolates, sucos e vinho.
O problema daquela região é que não se pode confiar no tempo. Eu passei duas semanas em janeiro e peguei tempo aberto e calor em pelo menos 10 dias. Nos outros dias fez um friozinho em que não dava para abdicar do casaco. Mas nada absurdo. Mas quero salientar que REALMENTE pode rolar um frio brabo, assim como o calor do verão. Mas esse ano fomos abençoados com dias ensolarados e quentes!
Em Villa la Angostura, fomos nas seguintres praias:
baiabrava1- Baía Mansa e Baía Brava – Essas praias do Lago Nahuel Huapi são separadas apenas pelo Istmo de Quetrihue, entrada do parque, separadas por apenas cerca de 200 m uma da outra. Na Baía Brava (ao lado)ainda se podem ver vários vestígios da erupção do Puyehue, como várias pedras pomes, já que lá é bem próximo ao vulcão. (clique aqui para ver como há 2 anos atrás era muita pedra pome). É virada para o Chile, o vento é mais forte e a água está quase sempre batida. Tem um restaurante bem legal bem em frente. Tem banheiros.
A poucos 200m, mas já protegida pela península de Quetrihue, está a baía Mansa. As águas são bem calmas e a vista é indescritível. Quando fomos esse ano, estava um pouco frio, o que não impediu os meninos de entrarem na água. Ali na Baía Mansa fica o porto de Villa la Angostura, e a uns 50m uma concentração de restaurantes com mesas no gramadão, um convite à preguiça!
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- Praia do Lago Correntoso (à direita) – O Correntoso é um lago belíssimo que também banha Villa. As águas são menos frias do que o Nahuel Huapi e a vista também é espetacular!
Na praia do Correntoso, tem um cara fazendo choripan, mas tem que ter paciência porque o serviço é um pouco lento. Tem 2 lanchonetes com banheiro, tem um camping e tem gente alugando caiaque e pedalinho. Podem-se usar as mesas de piquenique que ficam na área do camping, o que facilita a farofa.
- Praia do Lago Espejo
O Lago Espejo é um dos primeiros do caminho dos 7 Lagos, saindo de Villa la Angostura. Fica a uns 15km de lá. Ele é realmente um espelho, maravilhoso, águas limpas, frias, e no dia em que a gente foi no balneário de lá, tinha muita gente. Estava muito quente e eu tive que me refugiar num arbusto, porque não aguentava o calor. Meninos brincaram muito por lá.
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Dentro da cidade de San Martin de Los Andes (clique aqui para saber mais sobre ela), tem uma praia, do Lago Lacar. Quando estávamos lá estava lotada, muito cheia mesmo. Mas quando resolvemos aproveitar a praia, começou a ventar, e o vento patagônico não é mole não… Tivemos que sair. Mas a praia é linda e o acesso é perfeito, já que fica na cidade.
san martin
Junín de Los Andes fica a 40 km de San Martin. Por lá passa um rio que é um dos mais famosos do mundo para pesca de truta, o Chimehuin, onde a galera de lá fazia piquenique nas margens ao domingo, mergulhando nas águas hiper geladas e super limpas. Nós também fizemos isso. Os meninos viram muitas trutas embaixo dágua. Também passou por nós uma galera fazendo rafting.

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Em Bariloche, esse início de 2015 nós curtimos uma praia bem gostosa, às margens do Lago Nahuel Huapi, a Bahia Serena. Nessa praia fica um restaurante que adoramos, o Bahia Serena, onde almoçamos. Na praia tem umas árvores onde dá para se refugiar do sol. Eu aproveitei para andar de caiaque… que maravilha! Fica no km 12 da Av. Bustillo.


quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

San Martin de Los Andes: uma bela surpresa

San Martin de Los Andes é uma bela cidade que fica no extremo do circuito dos 7 Lagos, isso porque saindo de Villa la Angostura, viajamos numa bela estrada contemplando 7 lagos de tirar o fôlego, até chegar a San Martin, 100 km dali. Antes, a estrada que ligava as duas cidades não era asfaltada, era de rípio, o que prolongava a viagem e, pior, corríamos o risco de não conseguir chegar se a estrada ficasse intransitável por causa da chuva ou da neve (já tivemos que voltar para a Angostura tendo chegado a 20 km de San Martin por causa da chuva).

Agora eles estão asfaltando a estrada, somente uns 20 km ainda estão em construção, ou seja, o caminho ficou bem mais rápido. E no verão, estava recheado de mochileiros pedindo carona ou vencendo as distâncias em bicicletas. Uma alegria.

Pois bem, eu já fui a San Martin algumas vezes, na maioria apenas para chegar, almoçar e voltar. Mas nessa oitava vez naquela região, decidimos passar 3 dias em San Martin, o que se mostrou MARAVILHOSO!

A cidade fica à beira do Lago Lacar, tem uma praia bem legal, é rodeada por belas montanhas e tem ainda sua estação de esqui, o Cerro Chapelco.

Ficamos numa cabana (Le Village) próxima da praça principal, do Centro Cívico e de todo o agito de San Martin (que fica a umas 8 quadras da praia). Que coisa linda a cidade! Tem apenas pouco mais de 20 mil habitantes, toda arrumadinha, super arborizada e com uma flores lindas de tirar o fôlego!
Plaza San Martin, e as crianças se refrescando do calor do verão


Mágico de rua na Plaza San Martin

Mirador Arrayan... um lindo por-do-sol às 20h.

Nadando no Rio Chimehuin
Bem perto de San Martin tem o vulcão Lanin, um colosso que se destaca entre as montanhas. Mas não dá para ver de lá... Por isso fomos a Junin de Los Andes, cidade a 40km de São Martin, capital mundial de pesca de truta. Vimos o Lanin no caminho e tivemos a grata surpresa de encontrar um rio limpíssimo, o Chimehuin, onde a galera de lá fazia piquenique nas margens ao domingo, mergulhando nas águas hiper geladas. Nós também fizemos isso. Os meninos viram muitas trutas embaixo dágua.

O cerro Chapelco, a estação de esqui deles, abre as portas no verão para outros tipos de atividades. Tinha um super escorrega na montanha, em que descíamos de trenozinho. Tinha tirolesa (lá se chama Canopy), tinha mountain bike, e tinha o teleférico para subirmos até um ponto mais alto. Subimos e eu, Bruno e Léo decidimos fazer uma caminhada subindo um pouco mais a montanha (o Arthur voltou pra cafeteria incomodado com as abelhas). E ali, atrás das montanhas, envolto por nuvens, surge novamente o colossal Lanin. Ficamos embasbacados... Na descida, fizemos um piquenique. Delícia total.



Muitas atividades no Cerro Chapelco no verão

Leozinho, meu andinista favorito

Para comer, eu recomendo muito o Meson de la Patagonia, ambiente delicioso e comida maravilhosa. Tem que reservar antes.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Meus programas de rádio

Semanalmente, vai ao ar uma coluna de rádio do Atravessar Fronteiras, em que, numa conversa agradável com os âncoras do programa Feijoada Completa, da Rádio Câmara FM (Brasília 96,9 FM), dou dicas de viagens. Se você quiser dar sugestões ou dicas, entre em contato num comentário nesse post.

  • Nesse programa eu falo um pouco sobre minhas impressões sobre andar de bicicleta nas viagens. Adoro e recomendo! - http://youtu.be/Q6RjWaMjXeE
  • Você já foi à Bahia? Não?! Então vá! - dicas sobre Carnaval em Salvador, Itacimirim e Barra Grande. http://youtu.be/UDSRmIhFzs8



segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Falando de turismo acessível  - ou sobre ser uma viajante sem caminhos

Aqui, vocês lerão uma belíssima contribuição de minha amiga Daniele Lessa, que usa cadeira de rodas para se locomover. Qualquer dificuldade que possa resultar disso jamais a impediu de desbravar o mundo, atravessando muitas fronteiras com coragem. Agradeço à Dani sua contribuição sobre turismo acessível.


Comentar sobre turismo acessível, para mim, começa nessa questão de ser turista ou viajante. Para isso recorro à Cecília Meireles - a poeta tem uma vasta literatura de crônicas de viagem. O turista, para Cecília, é uma criatura feliz: “seu destino é caminhar pela superfície das coisas, como do mundo, com a curiosidade suficiente para passar de um ponto a outro, olhando o que apontam, comprando o que lhe agrada, expedindo muitos postais , tudo com uma agradável fluidez, sem apego nem compromisso.” Nos dias de hoje, em vez de postais, selfies, não?

Já o viajante é criatura menos feliz, de movimentos mais vagarosos, todo enredado em afetos, querendo morar em cada coisa, descer à origem de tudo, amar loucamente cada aspecto do caminho, desde as pedras mais toscas às mais sublimadas almas do passado, do presente e até do futuro – um futuro que ele nem conhecerá. A minha vivência como cadeirante que viaja aponta que o mundo do turismo está bastante acessível. Mas para ser um viajante é preciso pagar um preço maior, o de amar cada dificuldade do caminho.

Mas me apresento: sou Daniele e uso cadeira de rodas. Então falo do ponto de vista de quem tem uma deficiência física, ok?


Palacete provincial em Manaus. A foto torta foi cortesia de um dos guardas que me ajudou a atravessar esse caminho de pedras maquiavélicas logo em frente (2014) 
Falando de Brasil, vejo que os locais turísticos foram se equipando nos últimos anos. Mesmo em cidades menos visitadas, encontro acesso e banheiros nos locais mais turísticos. Se for para passar de um ponto a outro, como o turista feliz de Cecília, diria que o Brasil caminha bem. Faltam ajustes nos pontos turísticos, é claro. Apenas os hotéis mais caros tem quartos adaptados. Poucos restaurantes têm banheiros acessíveis – mais uma vez, a chance aumenta nos restaurantes mais caros. Ônibus adaptados são unicórnios desses que a gente quer loucamente que existam, mas nunca viu. Uma pessoa com deficiência gasta mais dinheiro para fazer o turismo mais convencional. Isso acontece basicamente porque os locais citados – hotéis, restaurante, empresas de transportes – não sofrem nadinha por descumprirem a lei de acessibilidade. 

Ainda nos locais turísticos, afianço que muitos deles têm rampas lindas, diria que perfeitas. A questão interessante é que essas rampas existem sozinhas. Algo muito comum (muito mesmo) é encontrar uma rampa perfeita em frente ao “lugar turístico”. Aí subo toda contente, vejo o que está lá em cima, e resolvo seguir caminhando/rodando pela calçada. Vou andando, rodando, andando, rodando....  e percebo que a única rampa do quarteirão é aquela por onde subi. A experiência turística permitida é chegar ao local turístico, subir a rampa, depois descer a rampa, depois pegar um táxi e ir até outro “lugar turístico” com uma rampa maravilhosa. Flanar pela cidade querendo morar vagarosamente nas  coisas e movimentos da cidade é algo possível desde que você se coloque na posição de dividir a rua com os carros e pedir ajuda a cada esquina. É a opção que faço. Viajo sozinha com frequência e entendo que o caminhar pela cidade é que me faz viajante. Isso não exclui locais turísticos, porém vai muito além deles. 

 Alhambra ao fundo, em Granada

 legenda
 


Granada, na Espanha, é uma cidade medieval com ruas estreitas e subidas muito difíceis. Mas existem caminhos livres e andei pela cidade sem grandes problemas

Pessoas com deficiência não encontram caminhos livres no seu cotidiano. Eu, que moro no centro de Brasília, não vou à padaria da esquina sem ajuda. Isso acontece em qualquer cidade brasileira. O que maltrata o morador penaliza também o viajante. Os órgãos públicos não constroem  caminhos de forma orgânica, colocando-se no lugar de quem está caminhando com dificuldade ou rodando pelas calçadas. O mais comum é fazer uma distribuição de rampas sem pensar 50 metros adiante do local turístico. É exatamente assim que acontece – 50 metros adiante as rampas não existem mais ou estão tão detonada que é inviável passar sem ajuda. 

Conheço cidades em todas as regiões do Brasil, e mais um tanto no estrangeiro. Tenho uma tara especial por me perder caminhando mais ou menos sem destino. Viajo acompanhada por amor de compartilhar a vida e viajo sozinha por necessidade de alma. Para esse tipo de viajante, somente o acesso ao lugar turístico é uma miséria. Queremos flanar pela cidade. E fazemos isso no Brasil a despeito de tudo, conhecendo pessoas que nos ajudam. Então faço aqui um agradecimento especial a todas as pessoas que me resgataram Brasil afora: a minha vida de viajante, no meu país, não seria possível sem vocês. E sim, vagar pelas cidades  sem preocupação com acessibilidade é uma realidade em outros países. No Brasil, a toada ainda é o das lindas rampas turísticas e caminhos acessíveis inexistentes.

Me pergunto o que é preciso para mudar essas barreiras, considerando que a legislação brasileira é muito boa, clara e já devia estar sendo respeitada há anos. E sinceramente não sei. Essa indignação das redes sociais ao ver uma ou outra situação chocante é necessária, mas a lista de barbaridades é maior que a capacidade das pessoas de darem atenção ou mesmo de tomarem uma atitude. Aliás, a lista de barbaridades do mundo ultrapassa em muito a simples ausência de caminhos – mas abrir caminhos, de concreto e de afetos, me parece a principal alternativa às loucuras de hoje. 

Sou otimista, pois as coisas melhoraram muito nos últimos anos. Mas talvez eu não esteja viva para encontrar o Brasil que permita às pessoas com deficiência serem viajantes sem rumo, perdidos nos desconhecidos cotidianos das tantas cidades. 

Agradeço à Dri pelo convite de escrever nesse blog tão bacana. Compartilho da vontade de atravessar fronteiras, sempre, das mais diferentes formas. As fotos são de viagens que fiz sozinha.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Pedalar em viagens: unindo o útil ao (muito) agradável

Duas coisas que amo fazer são viajar e andar de bicicleta. Algumas vezes tive oportunidade de unir as duas coisas, andando de bike em viagens. Foi o máximo. Dê uma olhada de onde eu já pedalei…

AMSTERDAM
Tudo o que te falaram sobre bicicletas em Amsterdam não é exagero. Você não passa 5 segundos sem ver alguém pedalando, todo poste, bicicletário, lata de lixo vira estacionamento pra umas 15 bikes.

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Eu fui em 2012  e não tinha aquele sistema de aluguel de bikes nas ruas, como temos em Brasília, Paris e no Rio de Janeiro, por exemplo. Você tinha que ir numa loja de bikes e alugar no modo antigo. O preço não foi barato: 13 euros por 24 horas.

Pedalar em Amsterdam é super tranquilo. A faixa da esquerda é pras bikes velozes, os locais. Os turistas perdidos andam devagar na da direita. Ninguém te fecha, te encosta.

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PARIS
bici-paris O Velib, o sistema de aluguel de bikes em Paris, é uma mão na roda. Tem estações de bikes para alugar em cada esquina de Paris. Você precisa de um cartão de crédito para fazer o cadastro e ter sua senha, que você faz no próprio totem da estação. A partir daí você pode pegar a bike em qualquer estacão e devolver em qualquer outra. Se você andar 30 minutos, não paga nada. Então é melhor andar 30 minutos, devolver a bike, pegar outra e ficar assim o dia todo. Para usar um dia você paga 1 euro e 70 centavos. O tíquete semanal custa 8 euros. Uma pechincha! Tanto os franceses quanto os turistas usam. As ciclovias na maioria das vezes dividem espaço com os carros, mas eles são super respeitosos com as bikes. Mas admito que na hora do rush eu tinha medo de andar.

À noite também andei, e é um pouco mais difícil encontrar estações com bikes, se você quiser pegar, ou com vagas, para devolver. É uma mão na roda para sair à noite, pedalando, parar no restaurante, comer, tomar um vinho, pegar outra bici e voltar. Bom demais!

NYC
bici-nyc Em Nova York, aluguei a bicicleta com um cara na entrada do Central Park. Mas o Central Park é cheio de regras para bikes. Muitas proibições. Só dá pra andar no sentido anti-horário no Central Park, e isso é ruim para quem não conhece muito o Central Park. Como é que vou sair daqui? eu pensava. Achava que teria que dar a volta no parque todo, que é imenso.

No meio do caminho, caiu um pé dágua e resolvemos voltar por fora do parque... Já estávamos quase no Harlem, do outro lado do parque. Em Nova York, temos que andar pela pista dos carros, dividindo espaço com ônibus e táxis que tiram o maior fino dos ciclistas. Proibidíssimo andar na calçada. Mas eu fiquei apavorada com os ônibus encostando em mim e subi na calçada. Aí apareceu uma policial me mandando voltar pra rua. Não adiantou nada eu falar que estava apavorada, que o táxi quase me derrubou, etc. Ela me escutou atentamente, e disse: “but you have to follow the rules”. Ok, em NY nada de infringir as regras e andar na calçada.

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Alugamos uma bicicleta em San Pedro do Atacama, tem muitas locadoras lá. Foi cerca de 18 reais por 6 horas de aluguel de bike.
Andamos pela estrada de chão até a Pukara de Quitor, ruínas de pedra do século 12. Uma delícia.

Depois, ali pertinho, chegamos à Quebrada do Diabo – que na verdade é um labirinto de canyons, igual ao filme 127 horas em que o alpinista cai e fica preso por dias nesse Canyon.

Entramos nesse Canyon sem saber onde ia dar (a gente não se informou direito antes). O passeio é doido, no meio das cavernas formada pelos canyons, mas depois de meia hora pedalando ali, a gente deu meia volta, porque não sabíamos se aquilo tinha fim, e se tivesse, quanto tempo levaria para chegar.

Brasília

Eu moro em Brasília, sempre pedalei mas sempre tive medo de dividir espaço com os carros. Mas nos últimos anos foi construída uma malha de ciclovias aqui que me permitem andar com segurança, sem dividir espaço com os carros. Isso provocou uma revolução ciclística na cidade, hoje em dia vemos bicicleta em todo lugar, até aquelas estações de aluguel, as laranjinhas, já estão espalhadas pelas áreas turísticas. Mão na roda total!

Segurança

Eu fui atropelada por uma bike em Dublin (maldita mão inglesa). Depois de umas 3 semanas com dor, descobri que tinha quebrado um osso da mão. Essa experiência me fez ficar mais ligada quando cruzo com uma bike, eu estando de pedestre. A gente acha que não é nada, mas pode ser um acidente e tanto ser atropelada por bicicletas. Todo cuidado é pouco!